terça-feira, 13 de outubro de 2015

Sobre Cristianos,

Araujo ou Ronaldo. Porque o nome é o que menos importa.

Escrevi este texto alguns dias após o fatídico acidente que tirou a vida do cantor.

Hoje faz 11 dias que faleceu o cantor Cristiano Araújo, e venho depois disso tentar compreender o que vem acontecendo com a mídia, as redes sociais e nosso dia a dia.
A mídia (Empresas Globo) ainda estão fazendo programas, matérias, dando destaque não só ao fato do acidente fatal mas também à carreira deste cantor que teve o termino da vida tão precoce. Quando coloco as Empresas Globo como centro disso tudo é pelo simples motivo de seu braço musical, a Som Livre, possuir grande parte da distribuição e divulgação dos artistas ligados ao ramo musical conhecido como Sertanejo Universitário.
Houveram diversas discordâncias com relação ao tema, uma parte da sociedade afirmando que desconhecia o trabalho do cantor e outra parte deixando claro que conhecia seu trabalho. O momento belicoso e polarizado do país se mostrou mais uma vez, pessoas achando que desconhecer o trabalho do cantor era uma falta de respeito, pessoas que faltaram com o respeito com a pessoa do cantor por não gostar de sua obra, matérias de revistas sensacionalistas fazendo uma leitura sócio-econômica-cultural do país a partir do fato do conhecimento ou não do trabalho do cantor, mostrando um despreparo sobre vários temas.
Cristiano Araújo tinha (pelo menos em minha pesquisa, perdoe-me se estiver errado) 6 CDs lançados e alguns sucessos, sendo o mais famoso o “Bara Bara”.
A morte do cantor, a exploração midiática e a situação belicosa com que foi encarado mostram algumas coisas, mostra que as redes sociais realmente deram voz às pessoas, todas as pessoas, de todas as “tribos”, línguas e filosofias, pessoas pró e contra a exploração midiática do fato apareceram, defenderam seus pontos de vista, alguns famosos e anônimos foram julgados por não conhecer ou não achar a obra do cantor algo de relevante valor cultural para o país, outros mostrando que gostavam e cantavam e quando podiam iam ao show.
No fundo o que percebo é que pouco disso tem a ver realmente com a morte e a dor dos próximos ao cantor, tem a ver com a qualidade da obra por ele cantada e/ou composta. Tudo isso tem a ver como a mídia mostrou e explorou o caso.
Pelo cantor possuir um contrato com a Som Livre faz todo sentido as Empresas Globo fazer mídia da situação, isso valoriza o cantor, valorizando seus trabalhos (CDs e DVDs) que são vendidos pela empresa, trazendo o lucro esperado, pois o único motivo que tanto o cantor quanto a empresa produziu o material é para obter  lucro, como todos nós trabalhamos em nossos empregos seja ele qual for.
A minha opinião sobre o caso é que entendo a situação da empresa, se concordo ou não é outro fato, eu entendo. Ela existe como empresa para obter seu lucro, como todas empresas existem e como todos trabalhamos para isso. A Rede Globo valoriza o artista que esta em contato com ela por que isso significa a própria valorização e ela sabe que este mercado musical do sertanejo universitária é muito dinâmico e rápido, logo outros cantores ou duplas surgirão e Cristiano cairá no esquecimento, ou alguém aqui lembra qual foi o “Bara Bara” de 2011? Não, quase ninguém lembra, mostrando como este sucesso evapora, não falo aqui se a obra é boa ou ruim, apenas constato que o mercado necessita sempre de novidades para vender.
Aos críticos deste movimento, digo que precisam apoiar e incentivar os artistas musicais de seu agrado neste caso, para fortalecer um mercado e que desta maneira consigam lucro neste mercado para atingir mercados maiores, sei do discurso purista do: “isso é bom e deveria estar na mídia”, nem sempre é assim e não falo na arte apenas, em se tratando de mercado a situação é sempre complexa, tem de existir a tensão oferta/demanda, todos procuram situações melhores para si e as empresas não agiriam de maneiras diferentes. Eu sei que os meios de comunicação possuem uma liberação estatal para funcionarem e que por isso deveriam fazer contrapartidas culturais e artísticas, mas isso também é assunto para um outro papo, hoje me retenho a situação como ela realmente é.
A morte deste jovem cantor só foi importante para a mídia por que a mídia lucrou, tanto com a vida e também com a morte do cantor.
Seu primeiro nome era Cristiano, o segundo foi Araújo ou Ronaldo, por que o nome é o que menos importa se gerar lucro.
Meus sentimentos sinceros aos amigos, parentes e fãs do cantor.

Sim, ja ia me esquecendo, os sucessos sertanejos de 2011 foram, Fugidinha (Michel Teló) e Adrenalina (Luan Santana), confesso não ter sido fácil encontrar a lista das mais tocadas em 2011.

Nenhum comentário:

Postar um comentário